Imponente
Selvagem
Sensual
Bonita
Confusão
Elegante
Senhora
Escravo
Postura
Sólida
Real
A solidão bate à porta.
Digo-lhe olá. Deixei-a entrar e fecho a porta...
Ainda antes de me virar para ela, penso se cometi um erro.
Provavelmente... sim.
Olho-a nos olhos. Ela sorri. Um sorriso de culpa.
Percebo o que quer dizer.
Lágrimas enchem-me os olhos.
Mas não correm...
Secam ainda antes de eu me aperceber que alguma vez elas lá estiveram.
A solidão olha para a janela.
Eu sigo lentamente o olhar.
E deparo-me com a saudade.
Baixa, amargurante, irónica.
Não gosto da saudade. Nunca gostei.
Desvio o olhar. A campaínha toca.
Não.
Não vou deixar entrar a saudade.
Peço à solidão para sair.
Ela cordialmente o faz. Beija-me a face.
Sinto o cheiro demasiado forte a perfume...
Áspero, demasiado asfixiante.
A solidão sai, eu encerro a porta.
Fecho as pressianas.
Deito-me no chão.
De costas para o tecto, sinto o frio a percorrer-me o peito.
Penso no que estas duas personagens me roubam sempre que espreitam.
Roubam-me um sorriso.
São prova do quanto preciso...
Porque preciso...
E preciso...
Tenho tanto para dizer... Mas tão pouco ao mesmo tempo. Nem sei o que me apetece deitar cá para fora... Vou batendo nas teclas enquanto penso o que dizer... o que escrever melhor dizendo. São saudades... muitas... Há certas fotos... aquilo que estou a perder... faz-me ficar à beira de criar um rio de lágrimas... Não é justo! Não é!! Já não vale a pena dizerem-me que vai melhorar... não vale a pena... eu já pensei em todas as possibilidades. As mais malucas, as mais complicadas, as mais simples, as mais egoístas... mas nada resulta, tudo fica na mesma. Há alturas em que até me sinto bem por aqui... Até tenho um sorriso rasgado na cara. Até parece que está tudo bem... Mas depois não está. Depois chego a casa e existem os mesmos problemas de sempre. Depois chego a casa e ligo o computador e leio o que fizeram, o quanto se divertiram, os planos, os amores novos... Mas não! Não interpretem mal, não é este o problema. Porque quando não vos tenho a contar-me isso, ainda fico pior. Falta-me algo. Arrancam-me essa parte e é como se me estivessem a partir aos bocadinhos, como a uma boneca de cristal com olhos... de cristal como é óbvio. Às vezes estou assim, feita de cristal. Hoje estou assim. E escusam de dizerem que me percebem. Não percebem. E mesmo que percebessem, nada podem fazer. A culpa é minha. Eu tenho a noção disso. Por isso é que já disse, e planeio pelo menos tentar viver assim... Ilusões, expectativas? Não conheço essas palavras. Não me vou iludir mais... Já tenho ilusões para uma vida inteira. Cada vez que me esqueço disso, tudo me foge do alcance. E eu fico parada, olho para o sol e vejo-te a partir. E por "vejo-te" posso querer dizer tanta coisa. Posso querer dizer a minha vida a voar. Posso querer dizer as amizades a perderem-se. Posso querer dizer ter-te perdido a ti. Sim, a ti, sabes bem que és tu. Não te culpo mas... posso culpar a minha vida não? Acho que posso.
E não vale a pena dizerem que não, que vou estar sempre aqui «3. Porque não vou. Acho que nunca mais me vou esquecer, numa aula de comunicações, um capítulo inteiro a falar sobre "body communication". E tive a pergunta na minha cabeça durante a aula inteira, até resolver perguntar... Então isto tudo quer basicamente dizer que... relações à distância, seja lá de que maneira for, não podem existir. Ao que a setôra respondeu: normalmente os seres humanos precisam de algo físico nas relações. Essa parte é importante. É claro que é importante... Quem é que não sabe isso? Talvez só mesmo eu, porque não me apetece mesmo ouvir isso. Mas lá que é verdade, lá isso é.
Blah. Isto já vai longo outra vez. E eu que tinha dito que hoje não escrevia muito...
Bjoo... with a cherry on top, se a quiserem...
Liz*e
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. Beleza e Inveja . Senhora...